A Organização Mundial da Saúde estima que os custos directos dos danos para a saúde resultantes das mudanças climáticas se situem entre dois e quatro mil milhões de dólares por ano até o ano dois mil e trinta.
Entre dois mil e um e dois mil e vinte e um, no continente africano cinquenta e seis por cento dos duzentos eventos de saúde registados estavam relacionados com o clima, com vinte e cinco por cento mais eventos registados na última década em comparação com a anterior.
Os eventos incluem emergência de doenças transmitidas pela água e por vectores, como a cólera, a malária, a dengue e a febre-amarela.
Esta informação foi partilhada em Maputo, pelo Representante da Organização Mundial de Saúde em Moçambique, OMS, na conferência sobre impactos das mudanças climáticas na saúde.
Severin von Xylander disse que em Moçambique, os ciclones Idai, Keneth, Gombe e Fredy deixaram um rasto de destruição em aldeias e campos agrícolas.
Na província de Nampula, oitenta e seis por cento das unidades sanitárias foram afectadas por calamidades naturais, enquanto na província da Zambézia, a percentagem foi de noventa e quatro por cento.
O Representante da OMS em Moçambique referiu que o total dos centros de saúde que foram total ou parcialmente danificados, devido aos últimos ciclones, nas duas províncias, é de cento e setenta e oito.
Isto mostra que o sistema de saúde de Moçambique ainda não é resistente para fazer face aos impactos das alterações climáticas.
A OMS estabeleceu uma parceria com o Ministério da Saúde para criar sistemas de saúde eco-resilientes.
Isto incluiu serviços essências e cuidados de saúde primários (CSP), centrados em soluções rentáveis e mais limpas e na redução das emissões.(RM)